"The person figured here is not an autonomous, rational actor but an unfolding, shifting biography of culturally and materially specific experiences, relations, and possibilities inflected by each next encounter (...) in uniquely particular ways." (Lucy Suchman, Human-machine reconfigurations: plans and situated actions, 2009, 281)
Feb 6, 2021
plantorium
Feb 5, 2021
Fevereiro
Fui uma grande entusiasta, no final do século XX e no início do século XXI, de diversas ferramentas, tecnologias e produtos com base na internet. «Gastei» horas infidáveis a pesquisar, a observar, a experimentar, a ler, a aprender e a difundir diversas tecnologias que permitiam aproximar-nos e colaborar com quem estava longe, mas também com quem estava próximo. Para lá do tempo, investi outros recursos pessoais para os explorar, como diversos artefactos, comunicações e dados. Muitas das tecnologias foram sendo discontinuadas e levando com elas todo o investimento feito. Mas apesar dessas perdas, mantinha-me sempre animada para recomeçar a experimentar uma nova tecnologia e voltava a investir mais recursos. Cheguei a dar formação no Laboratório em que trabalhava (foto acima), noutras instituições e associações de profissionais, para que mais pessoas pudessem incorporar aquelas ferramentas em contexto de trabalho, tal como a utilização de blogs no contexto organizacional.
Em 2021, é difícil ignorar a informação que alerta para outros custos muito elevados, mas menos visíveis, na utilização de muitos serviços, produtos ou apps, que assentam na internet, e cujo uso se intensificou. Entre os elevados custos, encontramos o roubo de dados e informação pessoal existentes nos nossos artefactos de informação (portáteis, laptop, telefones, sensores corporais, etc.) através de pishing, malware, trojans, etc, mas também através de utilização abusiva e desporporcional dos nossos dados e informações pessoais, por exemplo para podermos utilizar um equipamento que comprámos ou até para consulta de um mero site de notícias, em que somos obrigandos a prescindir de direitos fundamentais, como o direito à privacidade.
A voracidade e insaciabilidade destes «novos modelos de negócio», alimentados pela nossa informação pessoal e a rastreabilidade dos nossos comportamentos do quotidiano (dentro e fora do espaço internet) e dos restantes equipamentos que fazem parte da nossa ecologia informacional, passou a ser matéria prima para que diversas empresas produzam outros produtos e serviços e os vendam a quem esteja interessado neles e tenha o dinheiro ou poder para os adquirir. Shoshana Zuboff, em The Age of Surveillance Capitalism (2019), apresenta uma descrição e caracterização arrepiante do que está a ser feito, com base numa extensa lista de referências académicas, jornalisticas e conversacionais, que não é possível ignorar após leitura.
Não quero (nem gosto) que os meus dados e a minha informação pessoal (que só a mim devem pertencer), aquela que escolho não partilhar de forma pública, sejam utilizados para quaisquer fins que não aqueles que explicitamente e de forma informada fizer, muito menos para serem utilizados para manipular os meus comportamentos (ou os das pessoas de quem gosto ou com quem possa interagir), por exemplo, mostrando apenas informação que achem (ou que os algoritmos achem) que eu devo ter acesso ou vendendo informação pessoal e privada minha a terceiros para que façam o que lhes apetecer com eles, por exemplo, devassarem a minha vida privada. Não posso pactuar com estes modelos a que chamam de negócio nem com os princípios de atuação. Estas práticas ultrapassam todos os limites do aceitável. Nenhum produto, por tão bom que seja, vale o direito à nossa privacidade e o direito de escolher os pedaços de vida que partilhamos com aqueles que, a cada instante, de forma livre sem coersão, escolhemos partilhar. A tecnologia não obriga a que seja assim. As pessoas que desenham essas tecnologias é que fazem com que seja obrigatória.
Por ora, só posso fazer o que tenho ao meu alcance, ainda que represente perdas e custos de diversa ordem, mas estou de forma progressiva a recusar aceder a páginas que me obriguem a aceitar a perda de direitos básicos, de forma desporporcionada para o benefício que possa ter e gradualmente estou a deixar de utilizar outros espaços que eram de encontro com amigos e outras pessoas que gostava de ir acompanhando, mas que me obriguem a abdicar destes direitos fundamentais. Dei início a esta marcha o ano passado com o Facebook (deixando de utilizar, mas com dificuldade em eliminar o que lá está, dadas as políticas que têm em vigor). Recentemente desinstalei o browser que vinha usando, não tendo a certeza de ter conseguido remover todas as suas componentes.
Tomei também a resolução de deixar de recomendar, na esfera profissional e privada, todos os produtos/serviços/instituições que, mesmo que sejam muito interessantes/úteis/etc, enveredem pelas mesmas práticas lesivas de direitos fundamentais e de forma abusiva, previligiando aqueles que ofereçam opções de utilização que não sejam lesivas nem façam abdicar de direitos fundamentais consagrados, pelo menos em Portugal e na União Europeia.
Quero acreditar, que o Blogger e o Blogspot continuam a oferecer condições de utilização mutuamente benéficas, dentro de limites razoáveis, para que possa continuar a investir o meu tempo e outros recursos na criação de conteúdos de acesso livre, sem retorno para os meus investimentos, a não ser poder partilhar o que escolho, de forma livre e voluntária e cujo acesso torno público.
Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).
2021 11 14 note: See comments on rights conceded by Portuguese law in https://www.panelfit.eu/wp-content/uploads/2021/09/Portugal.pdf
Feb 1, 2021
This is not the Wild West
“[I]n Europe the internet has long since ceased to be the wild west. Articles 7 and 8 of the European Charter of Fundamental Rights [legal text] safeguard the right to respect for private and family life and the right to protection of personal data.
These basic rights do not just exist on paper. As you have seen, they also guide us when legislating. And they have teeth, also in the courts. For example, you need only recall the two Schrems judgments, in which European Court of Justice declared instruments for transferring personal data to third countries to be unlawful. The result is that digital companies must guarantee EU standards are applied when they transfer personal data outside the EU. Failing this, forwarding of the data is prohibited.” Open letter from the President of the European Commission, Ursula von der Leyen.
We have the right to privacy and protection of personal information, among other legal rights. Using, selling, trading and all other forms of exploitation of personal data and information is illegal and a crime against our lifes.
Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).
2021 11 14 note: See comments on rights conceded by Portuguese law in https://www.panelfit.eu/wp-content/uploads/2021/09/Portugal.pdf
Jan 29, 2021
January
Jan 26, 2021
January
Jan 15, 2021
January
Jan 13, 2021
January
Jan 3, 2021
January
Dec 24, 2020
December
The Secret Random Acts of Kindness Society
Purpose: Increase kindness and wellbeing in the planet, doing little (or bigger) things, according to member´s availabilities, that can positively impact other Terrestrial lives.
Rules: Each act of kindness should be as natural as possible. No photos. No names. Just do it and go back to whatever it was you were doing with your life. As natural as your skin. Kindness acts can be planned and include resources belonging to different members as long as they remain anonymous.
Members & Membership: All religions, cultures, and ages in any part of the Planet. Membership starts when members start doing random acts of kindness.
Meeting places: Members can convene anywhere in the Planet with other members, face to face only, in order to share experiences between them, and address future acts of kindness needs. No photos and no digital minutes of the gathering are allowed.
Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).
Dec 21, 2020
December
“(…) she no longer felt she was there simply to serve the dreams of other people. She no longer felt like she had to find sole fulfilment as some imaginary perfect daughter or sister or partner or wife or mother or employee or anything other than a human being, orbiting her own purpose, and answerable to herself. (…) she was alive, when she had so nearly been dead.” Matt Haig (2020). The Midnight Library. Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).
Dec 13, 2020
Underland
Dec 12, 2020
December
Dec 7, 2020
December
Nov 20, 2020
November
I have been hacked. Still trying to figure out the extension and number of hacked accounts.
I have changed my passwords a couple of times, but still things are happening. I lost access to my previous blogs (namely B2OB, Blogtese), and the capacity to change settings in other accounts that where connected to an email account that I stopped using almost 10 years ago. That account was compromised and someone as been subscribing things with my personal data through that account. Other accounts that I created a long time ago, connected to that email, are also compromised, like flickr where I tried to change my email and it sends me to an error page. If you receive anything you consider unusual through my channels, it might be because it's not me. Hope you know me well enough to figure it out.
The hacking was gradual and it might take some time to get to now the extension of it all. Because we have everything so connected to our emails and phone that it becomes unpredictable and easy to exploit by people whose aim is to do harm.
And yes, I use anti-virus and I do not click is ads and I even stop reading journals, news and other informative site (like public national TV online!) because they make me loose the right to my privacy and install an «army» of data collection cookies on my artefacts.
So, if you know me, you know how to contact me if you want to.
Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).
Nov 18, 2020
November
Nov 16, 2020
Systemic risks
Cyber criminals
Nov 9, 2020
Nov 2, 2020
Sep 22, 2020
September
Aug 20, 2020
August
Jun 28, 2020
June
Jun 20, 2020
June
Jun 8, 2020
June
Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC). |
May 29, 2020
May
May 24, 2020
May
May 22, 2020
May
May 14, 2020
May
May 13, 2020
(re)growth
mobility
May 8, 2020
May
May 7, 2020
May
“Expectation, fantasy and reality are intermingled on the surface of our skin, a stage on which our life is played out. (…) Touch is exquisitely sensitive. It is emotional. It influences our thinking and sense of self. But it is also indescribable.” Monty Lyman (2020). The Remarkable Life of the Skin. Image by Monica Pinheiro, license CC BY-NC-SA (CC).