Ler antes de estragar

Sim, existem muitos quilómetros de alternativas para colocar paineis solares no nosso pais. Para além dos locais em ambiente construído, grandes extensões foram identificadas pelo Centro de Investigação Comum Europeu (JRC), em Portugal e nos restantes estados-membros da UE, com imenso potencial: autoestradas e caminhos de ferro. 

JRC (2024). European transport infrastructure as a solar photovoltaic energy hub. Utilizando dados geoespaciais para quantificar o potencial de implantação em larga escala de painéis solares ao longo das principais estradas e ferrovias da Europa, tendo em conta “geografia, restrições ambientais, limitações de uso da terra e parâmetros técnico económicos”, resultados revelaram potencial de capacidade de “energia fotovoltaica de 403 GWp na União Europeia (UE)”, ou seja, o “equivalente a 55 % do objetivo de capacidade solar fotovoltaica total da UE fixada para 2030.” Considerando apenas as linhas ferroviárias, “a produção anual total de eletricidade fotovoltaica teria potencial para atingir 250 % do atual consumo anual de eletricidade da rede ferroviária da UE.“ 

JRC (2024). Communication on the potential of applied PV in the European Union: Rooftops, reservoirs, roads (R3). Neste artigo, avaliaram também o potencial de instalação de painéis em autoestradas e linhas férreas, constatando que a “capacidade instalada total de energia fotovoltaica poderia exceder 1 TWp, o que é muito superior à capacidade total de energia fotovoltaica para 2030 da Estratégia de Energia Solar da UE (720 GWp) e seria uma contribuição significativa para os vários TW necessários para a transição global atingir o zero líquido, até 2050” Podiámos também pensar na utilização das faixas de gestão de combustíveis para instalação dos parques solares.Todas elas, formas existentes de baixar e evitar custos ambientais, como alternativas à ocupação e destruição de paisagens protegidas, florestas, montados, corredores ecológicos ou solos agrícolas, incuíndo o abate de todo o tipo de povoamentos florestais que tanto necessitamos neste momento.

Mas falta o tempo gasto no scroll para a leitura de publicações credíveis. Falta a pausa para pensar no que se leu antes do break everything. Falta serenidade (e seriedade) para ver mais longe. Só assim se justifica que se continuem a destruir áreas vivas de importância fulcral para manter os sistemas naturais que ainda funcionam e que precisamos como pão para a boca e como o ar que respiramos. Literalmente.

Photo by Monica Pinheiro CC BY-NC-SA (CC) November, 2025.

October

Thinking about the growing impact of artificial intelligence on electricity consumption, the vulnerabilities in energy security concerning critical mineral supply chains, within a fragile geopolitical and economic context, and the impacts of climate change already evident in our daily lives, I sent the prompt.

It would be wise for us to employ more people and less artificial intelligence. AI requires many finite critical materials, creates geopolitical and economic wars, and end-of-life hazardous waste. As for people, they use less energy, are abundant, can teach each other, and, at the end of life, they are organic and decompose.

On the monitor, I received the wording that this reflection stimulates debates about digital sustainability, where the "logic is clear”, according to the LLM I used.

"AI is not “immaterial”: it demands enormous amounts of energy, critical materials (lithium, cobalt, rare earths), cooling water, and generates technological waste.

Scarcity and geopolitical risks: the demand for critical minerals is already causing international tension.

Life cycle: servers and chips have a short lifespan, creating electronic waste that is difficult to recycle."

Regarding «human capital» (instead of «people», like I used in my prompt), the LLM wrote:

"Human capital is renewable: people can learn, adapt, and collaborate without generating comparable environmental impacts.

Social efficiency: many tasks that are currently automated could be performed by humans with a smaller ecological footprint, if there is investment in training and valuing work." 

It then suggested a comparative table «AI vs Human Capital» regarding energy, materials, environmental impacts, flexibility, and what it termed hidden costs. I accepted.

After the table, it left a conclusion: 

“This table shows that AI has a significantly greater ecological and material footprint, while human capital is more sustainable and adaptable.” (bold from the LLM tool) 

At a time when billions are being invested in artificial solutions, incurring monumental costs for the environment, instead of investing in natural and human capital, it is ironic that this conclusion comes from an AI tool and does not feature among global political priorities.

Photo by Monica Pinheiro CC BY-NC-SA (CC). October 30, 2025.

September

“Merely assuming that information and communication technology (ICT) would foster the spread of democracy was clearly a failed strategy. (…) The gradual erosion of democracy in our time is being accelerated by the growing, unaccountable power of technology companies (…) Undermining principles have practical consequences (…) Tech’s metastatic and unchecked growth has resulted in real-world violence, instability, and division.” Marietje Schaake (2024). The Tech Coup: How to save democracy from Silicon Valley. Photo by Monica Pinheiro CC BY-NC-SA (CC), September 5, 2025.

June

The making of "Places of terrible beauty and layered earth and buried secrets." Suzane Simard (2022). Finding the Mother Tree: Uncovering the Wisdom and the Intelligence of the Forest. Photo by Monica Pinheiro CC BY-NC-SA (CC). June 9, 2024.